quarta-feira, 13 de abril de 2011

ESCOLA DOMINICAL- O que é o Batismo com o Espirito Santo

Texto Base: Atos 2:1-4,7,8
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”(Atos 2:2,3).

Introdução:

Que tal comemorar o centenário cheio do Espírito Santo e falando em novas linguas?
O crente batizado com o Espírito Santo goza do privilégio de uma comunhão mais profunda com Deus, de uma vida de oração mais poderosa, de mais capacidade para entender a Palavra de Deus. Ele pode suportar as provações, as tentações com mais facilidade.
O Batismo com Espírito Santo é o revestimento e derramamento de poder do Alto - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós…”(Atos 1:8) -, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus.


I. O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
 
1. O batismo com o Espírito Santo não é a regeneração espiritual do pecador. O Novo Nascimento, ou Regeneração, ao lado da Justificação, da Adoção e da Santificação, é parte integrante do processo de Salvação, enquanto que o Batismo com o Espírito Santo é uma promessa e uma benção para o crente salvo.
Portanto, a experiência do novo nascimento e do Batismo com o Espírito Santo são distintas, sendo que esta última deve ser, necessariamente, antecedida da primeira, ou seja, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência que se segue à conversão na vida espiritual do crente. Após ter nascido de novo, o homem tem à sua disposição a possibilidade de ser revestido de poder, de receber poder divino para que, assim, possa, de uma forma plena e eficaz, ser testemunha de Jesus Cristo neste mundo.
 
Veja o exemplo dos irmãos da igreja de Éfeso que Paulo relata em Atos 19:1,2, por ocasião de sua terceira viagem missionária. Aqueles homens eram salvos - foram chamados de discípulos; Paulo ao dizer “quando crestes” entendeu que o problema da Salvação estava resolvido visto que ele sabia que a Salvação se resolve crendo em Jesus, como ele mesmo tinha afirmado em Filipo, ao Carcereiro - “Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo…”(Atos 16: 31). Assim, Paulo não pregou a salvação para eles - Paulo reconheceu que eles eram salvos.
Apolo é mais um exemplo de um homem salvo que não era batizado com o Espírito Santo. Está escrito que ele conhecia “somente o batismo de João”, porém era um homem fervoroso de espírito e poderoso nas Escrituras (ler Atos 18: 24-25). Apolo era salvo, regenerado, conhecia Jesus, mas, não conhecia o Espírito Santo. Portanto, o batismo com o Espírito Santo não é a regeneração espiritual do pecador. 2. O batismo no corpo de Cristo não é batismo com o Espírito Santo. Não podemos confundir o batismo com Espírito Santo com o batismo descrito em 1Co 12:13; Gl 3.27; Ef 4.5. Nestes textos sagrados, trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (João 3:5)são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12:23; 1Co 12:12ss). Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo. Portanto, o Batismo no Corpo de Cristo não é o Batismo com o Espírito Santo.
É possível ser Batizado no Corpo de Cristo e não ser Batizado com o Espírito Santo. Mas, não é possível ser Batizado com o Espírito Santo sem ter sido Batizado no Corpo de Cristo. O Batismo com o Espírito Santo é um ato espiritual, invisível e é realizado somente por Jesus, conforme afirmou João Batista -”…ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo”(Mt 3: 11).
 
3. O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos. A maior parte dos chamados evangélicos tradicionais (ou reformados), ou seja, as denominações evangélicas surgidas durante a Reforma Protestante, movimento de renovação espiritual surgido a partir do século XV na Europa e que teve, entre outros, grandes expressões nas figuras de Martinho Lutero e João Calvino, não aceitam que o batismo com o Espírito Santo seja uma realidade para os nossos dias. Argumentam que o derramamento do Espírito Santo foi um acontecimento restrito ao dia de Pentecostes ou, quando muito, aos tempos apostólicos, algo como a própria inspiração do Espírito Santo que resultou na elaboração do Novo Testamento. Entretanto, este entendimento não pode ser aceito, porque não tem respaldo bíblico, pois a Bíblia diz que no dia de Pentecostes, Pedro já dá a amplitude desta operação do Espírito Santo, ao invocar a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito. O texto sagrado deixa-nos bem claro que a promessa estava reservada para os últimos dias, até o grande e glorioso dia do Senhor (At 2:16-20), reforçando, ao término da pregação, que a promessa dizia respeito tanto a judeus quanto a gentios, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar (At.2:39).
Não bastasse isso, vemos que um dos objetivos do batismo com o Espírito Santo é a devida preparação para a obra de evangelização, algo que é próprio e característico do período da graça (Lc 24:49; At 1:8). Não eram apenas os discípulos da geração apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é tarefa de toda a igreja, como nos deixam claro as expressões de Jesus, que são dirigidas a toda a igreja (Mc 16:15 e At 1:8), assim como os ensinamentos de Paulo a este respeito (1Co 9:16; 2Tm 4:1,2). Ora, diante disto, temos que o batismo com o Espírito Santo é uma operação que deve perdurar enquanto a igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até o final do período da graça (Mt 24:14; Ap 22:17).
É bom ressaltar que os resultados vividos pela Igreja a partir do despertamento espiritual experimentado a partir do final do século XIX é o avivamento mais duradouro que se tem notícia desde então, com a evangelização de praticamente todo o mundo. Isto mostra-nos, claramente, que nos encontramos no período da “chuva serôdia” descrita pelo profeta Joel (Jl 2:23), ou seja, que nos encontramos no término da dispensação da graça e que, portanto, como nunca, estamos vendo que o batismo com o Espírito Santo é algo que é indispensável e necessário para que a Igreja cumpra o seu objetivo e para que, juntamente com o Espírito Santo, encontre-se com o Senhor nos ares. Maranata!
 
II. O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRTO SANTO
O batismo com o Espírito Santo é uma demonstração do poder de Deus, é uma exuberante oportunidade em que o Espírito Santo usa um servo de Deus para magnificar o nome do Senhor e levar o mundo a conhecer as grandezas de Deus, por intermédio da sobrenaturalidade. No instante em que as pessoas regeneradas recebem o batismo com o Espírito Santo, começam a falar com Deus, a exaltá-lo, a louvá-lo, a glorificá-lo de uma forma evidente e que pode ser notada e contemplada por muitas pessoas (como aconteceu no Pentecostes).
O batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus feita no Antigo Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4). Essa promessa é concedida a todos os que crêem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.
 
1. O falar em línguas como sinal do batismo. O sinal das línguas estranhas foi estabelecido para ser o sinal característico e identificador do batismo com o Espírito Santo, não havendo qualquer outro sinal que tenha sido indicado nas Escrituras como sendo a prova de que alguém foi batizado com o Espírito Santo. Alguns, entretanto, sem qualquer respaldo bíblico, procuram identificar outros sinais (como alegria, amor, conhecimento bíblico, santificação) para o batismo com o Espírito Santo, o que deve ser repelido pelos servos de Deus, já que as Escrituras são bem claras ao apontar como único sinal do revestimento de poder as línguas estranhas.
A Base Bíblica para esta afirmação está no Livro de Atos dos Apóstolos, onde dos cinco casos registrados, em que houve batismo com Espírito Santo, três deixam bem claro que os que foram batizados falaram em “línguas estranhas”.
a) Os três, lugares onde se afirma, claramente, ter havido “línguas estranhas” quando os crentes foram batizados com o Espírito Santo: Jerusalém, em Judá; Cesaréia, em Samaria; Éfeso, na Ásia Menor. São três ocasiões diferentes: Jerusalém, ano 29 d.C.; Cesaréia, provavelmente entre 40 e 42 d.C.; Éfeso, por volta de 53 ou 54 d.C., durante a Terceira Viagem Missionária de Paulo. Nestes três lugares estavam reunidas pessoas diferentes umas das outras - diferentes do ponto de vista social, econômico e cultural.
Em Jerusalém - cerca de 120(Atos 1:15), eram todos judeus, todos seguidores de Cristo - Apóstolos e Discípulos, incluindo a mãe de Jesus(Atos 1:14). Do ponto de vista social, econômico e cultural, era um grupo formado por pessoas simples e humildes. Estavam numa reunião de oração e buscavam o batismo com o Espírito Santo, conforme o Senhor Jesus havia ordenado (Lc 24:49 e Atos 1:8).
Em Cesaréia - o grupo de pessoas ali reunidas era formado por gente importante, do ponto de vista social, econômico e cultural. Nenhum deles conhecia Jesus. A reunião foi na casa de Cornélio - “… centurião da corte chamada Italiana”(Atos 10:1). Este Centurião reuniu em sua casa - “… os seus parentes e amigos mais íntimos”(Atos 10:24). Sendo Romano, seus parentes também eram; sendo um homem importante e poderoso, seus “amigos mais íntimos”, certamente não eram as pessoas pobres e humildes de Cesaréia.
Em Éfeso - eram “… ao todo, uns doze varões”(Atos 19:7). Sabemos que já eram discípulos. Não temos informações materiais sobre eles. Certamente eram ex-adoradores de Diana, a “deusa” dos Efésios(Atos 19:28).
Pelo exposto, pode-se afirmar que, do ponto de vista material, nada havia em comum entre estes três grupos. Reuniram-se em locais diferentes e distantes; as reuniões foram realizadas em tempos também diferentes. Porém, do ponto de vista espiritual, houve algo em comum: todos ouviram a exposição da Palavra de Deus; todos creram que Jesus, de Nazaré, era o Filho de Deus; todos o aceitaram como seu Salvador; todos foram batizados com o Espírito Santo; e todos, quando foram batizados, falaram em “línguas estranhas”.
b) Os dois lugares onde não se diz, claramente, ter havido “línguas estranhas”: Samaria e Damasco.
Samaria - Samaria recebeu a Palavra de Deus por intermédio de Filipe(Atos 8:5-8). Pelo relato do que houve em Samaria não restam dúvidas de que Filipe não era, apenas, Pentecostal, mas, era, também, um homem cheio do Espírito Santo. É possível ser pentecostal e não ser cheio do Espírito Santo. Quando Pedro e João ali chegaram, enviados pela Igreja de Jerusalém, então “…oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo…Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo”(Atos 8:15-17). Este é o relato bíblico. Não foi registrado o falar em “línguas estranhas”.
O que leva a crer que houve “línguas estranhas” é a atitude de Simão, o mago: “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro”(Atos 8:18). Acredita-se, portanto, que quando Pedro e João oraram e os crentes receberam o batismo com o Espírito Santo, Simão viu alguma coisa que ele não tinha visto antes. Esta coisa teria sido o falar em “ínguas estranhas”. É claro que se este fosse o único caso registrado na Bíblia, não se poderia formar doutrina com base em ilações, ou suposições.
Damasco - o caso de Paulo. É claro que Paulo era batizado com o Espírito Santo e que tinha o Dom de “variedades de línguas”. Ele deixou isto bem claro aos Coríntios, quando afirmou: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos”(1Co 14:18). Dizer, aqui, que Paulo era um poliglota e que estava se referindo a línguas humanas, como afirmam alguns, é forçar o entendimento e torcer a Palavra de Deus. Todavia, em Damasco, o que a Bíblia registra é: “E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”(Atos 9:17,18). Deduz-se que ali Paulo foi batizado com o Espírito Santo pela declaração de Ananias: “… o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”.
É possível crer que, em Damasco, Paulo tenha sido batizado com o Espírito Santo, porém, Lucas não registrou ter ele, ali, falado em “línguas estranhas”. O fato de ter falado é uma dedução lógica de quem crê que o falar em “línguas estranhas” é a evidência física do batismo com o Espírito Santo. É claro que com esta passagem bíblica e com a descrita em Atos 8, o caso de Samaria, não se poderia firmar um princípio doutrinário sobre “Línguas Estranhas como evidência inicial do Batismo com o Espírito Santo”. Todavia, é possível firmar um Princípio Doutrinário baseado nas três passagens bíblicas: Atos 2:2-4; Atos 10:44-47; Atos 19:1-7, onde se afirma, literalmente, que os que foram batizados com o Espírito Santo falaram em “línguas estranhas”.
 
2. O dom de variedade de línguas(1Co 12:10). É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que falem em “línguas estranhas”, de forma sobrenatural, para o fim de edificação própria de quem fala. É o dom mais disseminado no meio do povo de Deus, até porque é, também, aquele que é mais buscado. Este Dom não se confunde com o sinal do batismo com o Espírito Santo. O sinal do revestimento de poder é o falar em “línguas estranhas”, mas o dom de “variedade de línguas” é algo diverso, pois se trata de uma comunicação que se estabelece em mistério entre Deus e o homem, uma comunicação direta do espírito humano com o Espírito de Deus, tanto que o intelecto humano dele não participa. Sua finalidade, como vimos, é promover a edificação espiritual individual daquele que fala.
Diz a Bíblia que a língua estranha como dom espiritual é repartida particularmente pelo Espírito Santo a quem Ele quer, ou seja, não é uma bênção que seja distribuída a todos os crentes batizados com o Espírito Santo, mas tão somente a quem o Espírito Santo quer. O próprio apóstolo Paulo afirmou, em 1Coríntios 12:2, que havia aqueles que falavam em língua estranha, prova de que não eram todos os que falavam em língua estranha.
O dom de línguas, portanto, não é para todos, mas para alguns, ainda que seja, historicamente, o mais disseminado dos dons espirituais, o que se compreende tanto pelo fato de que se trata de um instrumento de edificação individual, quanto pela circunstância de ser o dom mais buscado pelos crentes, a ponto de Paulo ter tido necessidade de pedir aos coríntios que buscassem mais os dons de profecia e o de interpretação das línguas.
Todos os batizados com o Espírito Santo falam em língua estranha quando recebem o revestimento de poder, mas nem todos têm o dom de línguas, então há um grupo de crentes que, apesar de ser batizado com o Espírito Santo, não possui o dom de línguas e, por conseguinte, apesar de ter falado em língua estranha no instante do batismo, não mais falará dali por diante. A existência deste grupo deve ser aqui realçada, pois, inadvertida e erroneamente, há muitos que acham que, se alguém foi batizado com o Espírito Santo e deixou de falar em língua estranha, precisa ser renovado, não está bem espiritualmente, pecou ou fez algo que não era da vontade de Deus. Nem sempre podemos assim considerar, pois nem sempre quem é batizado com o Espírito Santo, recebe o dom de línguas.
 
3. A finalidade do dom de línguas. Sendo um dom espiritual, tem como finalidade a edificação, a construção espiritual do povo de Deus. O dom de línguas tem, assim, um fim diverso do sinal do batismo com o Espírito Santo. Este fim, diz-nos Paulo, é, em primeiro lugar, a edificação individual do falante (1Co 14:4); em segundo lugar, permitir que a mensagem que serve de edificação individual do falante possa ser interpretada e seja conhecida por toda a igreja que, assim, poderá compartilhar desta edificação do falante (1Co 14:5).
Muitos têm confundido barulho com fervor espiritual, esquecendo-se que, nas Escrituras, o barulho que chama a atenção da multidão é o da língua estranha enquanto sinal do batismo com o Espírito Santo(1Co14:22), não enquanto dom espiritual. A inobservância desta regra bíblica somente trará escândalo e prejuízo à causa do Evangelho (1Co 14:23). Será que as pessoas que têm causado barulho intenso nas reuniões da igreja local, que perturbam a reunião, que impedem que as pessoas ouçam a mensagem, em especial as que não são crentes, costumam passar horas em oração, nas madrugadas, falando em línguas com o Senhor? Será que são pessoas que têm efetiva intimidade com Deus ou querem apenas aparecer, nas reuniões, tomando para si uma atenção que deveria estar voltada apenas para o Senhor? Será que têm sido demonstrações do poder de Deus ou instrumentos do adversário para atrapalhar a operação divina em nossas reuniões?
 
III. A EXPERIENCIA DE ATOS CAPÍTULO 2
1. Glossolalia. É popularmente conhecida como “línguas estranhas“. É a manifestação física do enchimento do Espírito Santo. Na “Glossolalia” as palavras não são ditas pela mente do homem, mas, são inspiradas pelo Espírito Santo. É o falar não movido pela vontade, e, sim, é o falar sob a unção do Espírito. Esse falar pode ser em línguas conhecidas e faladas pelo homem, como aconteceu em Jerusalém no dia de Penteconstes - “… cada um os ouvia falar na sua própria língua” -, como também pode ser em línguas não faladas pelo homem, e só entendidas por Deus - “… o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala em mistérios”(1Co 14:2). Todavia, quer sejam línguas humanas, ou espirituais, é certo que o homem não está falando numa língua que tenha aprendido.
Glossolalia” nada tem a ver com a capacidade de aprender e falar noutros idiomas, que chamamos de “Poliglotismo“. Esta capacidade trata-se de línguas, ou idiomas aprendidos por aquele que fala; é um Dom Natural concedido por Deus através de sua Graça Comum. Com este dom a pessoa possui facilidade para aprender e falar muitos idiomas. É o que chamamos de poliglota.
2. Xenolalia. Ocorre quando uma pessoa fala ou faz uma oração em línguas que expressam uma linguagem humana real, tal como espanhol, francês ou alemão, que era até então desconhecida para o indivíduo. “No dia de Pentecostes, os crentes cheios do Espírito Santo falaram num idioma desconhecido para eles, mas, como a cidade de Jerusalém estava repleta de estrangeiros, estes puderam tomar conhecimento da mensagem do Evangelho em sua própria língua. O que vemos em Atos 2 foi uma concessão divina, afim de que muitos pudessem crer em Jesus e receber a salvação. Foi um sinal para os incrédulos. Foi o batismo com o Espírito Santo acompanhado, simultaneamente, de uma mensagem de salvação“(LBM -Pr. Elienai Cabral).
Portanto, a experiência do batismo no Espírito Santo está atrelada à obra de evangelismo, de proclamar a Jesus como único Salvador, e o livro de Atos nos aponta que o sinal evidente desse enchimento é o falar em outras línguas.
 
3. Atualidade das manifestações espirituais. A atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos Dons espirituais é confirmada pelas Escrituras e experiência cristã. Se estas manifestações espirituais cessaram após a morte dos apóstolos, por que Paulo escreveria a igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica, pois, como disse o apóstolo Pedro, ” a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”(Atos 2:39).
 
CONCLUSÃO
O Batismo com o Espírito Santo pode fazer a diferença entre dois crentes, assim como a tração em quatro e em duas rodas faz a diferença entre dois carros. Em terreno nivelado, em estradas asfaltadas, com o tempo bom, pode-se não notar a diferença entre um carro com tração nas quatro rodas e outro com tração em apenas duas. Porém, na vida espiritual, nem sempre estamos na planície, há vales e montes; nem sempre caminhamos por estradas asfaltadas e caminhos floridos; existem estradas de lama, caminhos estreitos e esburacados; nem sempre o tempo é bom e o céu é azul; enfrentamos tempestades, vendavais, calor e frio, nuvens negras e carregadas, prontas a desabar sobre nós. Nesses momentos o Batismo com o Espírito Santo pode fazer a diferença - engata-se uma reduzida, perde-se em velocidade, mas ganha-se em potência. Em mecânica, reduzida é uma engrenagem especial que possuem certos veículos. Quando usada, o veículo tem diminuída sua velocidade, mas aumenta sua força de tração.
Todos os Salvos precisam ser Batizados com o Espírito Santo, pois, nos momentos necessários pode-se fazer uso deste poder sobrenatural que é derramado sobre aquele que é Batizado com o Espírito Santo. Neste caso a travessia do deserto se tornará mais fácil e a certeza de chegar à Canaã Celestial torna-se muito maior.

 

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